quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A legitimidade da fé



Como jornalista, já vi de tudo. Como estudiosa e pesquisadora, já assisti um pouco de cada corrente. Como professora, aprendo todos os dias com manifestações positivas e negativas.
Esta semana um texto me entristeceu, não por ser contrário às minhas opções religiosas e filosóficas, mas por ser baseado na intolerância e no preconceito.

A aluna em questão está no fim do Curso de Comunicação Social e me apresentou um paper que, além de repleto de ‘achismos’, tinha como única verdade de idéias os seus pensamentos restritos acerca do mundo, muitas vezes respaldados por falsos sacerdotes que incitam o conflito e a intransigência. Digo falsos sacerdotes porque não acredito que um homem que represente a pureza de um ser supremo possa extrair da perfeição dos escritos – sejam eles católicos, protestantes, judaicos, islâmicos, hindus, budistas, kardecistas ou afro-brasileiros – teorias que discriminem, punam, releguem e condenem.

O certo é que nos bancos acadêmicos o que pauta e norteia o aprendizado são a ciência, a pesquisa e as teorias já sacramentadas.

Estou numa dúvida cruel entre abandonar um compromisso assumido com a instituição e com uma aluna em favor de minhas próprias convicções, sendo de certa forma omissa no meu papel de educadora; ou continuar o trabalho mais uma vez tendo esperanças nas mudanças que podem ser conquistadas pelo poder do argumento.

Opto pelo meu lado ‘autêntico a qualquer preço’ ou pela minha habilidade persuasiva???



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Com quantos toques se faz uma amizade




Bem, sou dessas. Empatia é fundamental para que revele meu lado mais secreto. Não que seja nada de fantástico ou de outro mundo, mas confiança e um toque bacana de sexto sentido são fundamentais nos teste da amizade. E amizades, assim como todas as relações mais sérias, precisam ser testadas.
Vejam o caso desta mocinha, tão teimosa e birrenta, ao mesmo tempo tão doce e prestativa. O coração nem cabe dentro do peito; o sorriso, sempre espontâneo, parece remédio de vó, capaz de tirar aquela dorzinha chata que tanto nos aborrece.
Vanêssa não é só diferente na grafia do nome ou no sobrenome imponente, digno dos barões da cana-de-açúcar. O semblante sereno contrasta com uma personalidade forte, cheia de valores construídos pelos passos e pelos calos. Até seus patrões espirituais são, no mínimo, incomuns. O lilás é praticamente uma sombra dela e talvez por isso tenha um abraço tão reenergizante.
O que posso dizer do meu empirismo é que devo a essa doçura o começo da minha adaptação e da minha aceitação em Macaé. Quando ninguém me compreendia ou estava ocupado demais para dar valor às minhas lágrimas, ela me abraçou, não me julgou e me acolheu. Conseguiu transpor para sua própria experiência o meu momento de dor. E é por isso que deixei a minha amada amiga por último, porque não queria escrever uma crônica, com palavras bonitas ou poetizar uma relação. Queria contar para todo mundo o valor dessa moça e essa importância que ela teve e sempre terá na minha vida. Vanêssa conseguiu, na minha modesta lista de seleções, ocupar alto grau de consideração ao lado de pessoas que há anos encontram-se no boteco dos amigos, dentro do batuque do meu coração!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ironia exótica



“Você não é looouuuuccca de não escrever de mim?”. Não. Nunca. Apenas maturei na mente as palavras para descrever essa moça de sorriso misterioso, que carrega no perfume as notas de patchouli e cupuaçu. Ironia exótica e nome presente. A confusão vem da imponência e da malícia desenvolvidos como arma de defesa.
Não pretendo ser original, apenas justa nesta simples homenagem.
Como Belém, sua cidade natal, onde nem todos apreciam de cara a capital do açaí, bem como as belezas mistas do Norte, é preciso ter humildade e uma boa dose de persistência para conhecer verdadeiramente essa mulher com jeito de menina.
Quanto à cidade, a imagem que se tem é que trata-se de local extremamente quente, úmido, sem beleza e com excesso de sabores estranhos. De todos os pré-conceitos, apenas os dois primeiros procedem. Belém é quente e úmida, assim como a moça não leva desaforo pra casa, mantendo o sorriso nos lábios e o sarcasmo em punho.
Entretanto, a ausência de beleza e o excesso de exotismo são a desculpa de quem prefere ficar longe do desconhecido, mesmo que ele possa ser descortinado como grande e bela surpresa. Conhecer Celine Moraes foi descobrir que os pré-julgamentos estão fadados ao fracasso e que nem sempre as armadilhas da convivência correspondem à pureza da realidade.
Conhecer Celine – do latim, a descendente do céu -, foi como conhecer Belém. Um rio imenso de surpresas boas e doces, carregadas em sabores pouco conhecidos, mas sempre apreciados quando longe dos pudores.
Agradeço à Belém por tantas coisas boas que já proporcionou à minha vida e à minha família – pessoas, cheiros, gostos e amores; agradeço à Celine pelo aprendizado, pelos conselhos e pela quebra de paradigmas que me ofereceu nestes seis meses de convivência diária. Que seja uma amizade longa e duradoura, assim como as minhas melhores lembranças acerca da capital paraense.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O segredo da mochila



Que há naquela mochila preta, entre o colo ovalado e a mesa do prelúdio? Sonhos, temores, projetos, armadilhas ou autosabotagem, pedaços de doçuras, crenças, valores, aventuras em forma de recordação...
Na mochila do rapaz alto, de semblante tímido, porém audaz, os mais profundos segredos estão reservados, protegidos pelo abraço zeloso que não os abandona nem nos momentos de descontração em seu 'trono' de couro.
O “rei da redação” talvez guarde na mochila parte de cada um de seus súditos em forma de símbolos, lembranças, partes de não-sei-o-que-que-não-se-quer-lembrar, momentos de solidão, de incompreensão, de impotência; fantasias e desejos – recônditos da alma.
Mas há muitos sorrisos guardados na mochila, contentamento de planos bem sucedidos, de alegrias de gente, de prosperidade, de autoestima, de carinho, de juventude e reconhecimento. Enfim, a mochila é o índice da vida daquele rapaz, cheio de poder e ainda tão no início da vida, com muitas e múltiplas estradas e escolhas a serem feitas.
Para os desvios, a mochila guarda os mapas de retorno à trajetória; para as surpresas boas, a mochila tem sempre um cantinho que a reserva como bateria que o move em busca de novos rumos; para as surpresas nem tão saudáveis, a mochila tem o remédio lá no fundo do mais escondido zíper – refúgio da alma.
A mochila do reizinho (ou reizão) é a tez de uma vida de batalhas, sucessos precoces, escolhas fadadas e muitas promessas. Guarda na tua mochila, reizão, tudo aquilo que construíste com tua essência – num compartimento secreto, onde ninguém possa mecher ou alterar; e deixa ela longe de tudo o que não te acrescentou nada ou pouco nessa busca pela perfeição, comum a todos aqueles que perseguem a excelência. Afinal, é preciso esvaziá-la de vez em quando, abrindo espaço para o novo.
Et où en serions-nous sans nos boîtes de secret?
La réussite et le bonheur à vous toujours, quel que soit le choix chemin que vous...
(essa foi em homenagem ao grande interesse pelo francês dessa redação e deste jornal – mas o significado das poucas palavras é real e de coração!)
Vive la fête!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Chico da Bola



Ei menino, amigo dos gramados e das quadras de Macaé, amante do bom futebol e frenesi das meninas da recepção. O tom do discurso articulado, a voz empostada e as gírias um tanto nostálgicas dão o toque original ao ariano esquentado, de pensamento 'alto' que cantarola para espantar a tensão.
“Leléo”, “Sequela”, “Copia e Cola”, “Chico da Bola”, êita menino cheio de talento, sotaque arraxxxtado e um certo charme, mesmo sem a camisa branca estampada. Graças à sua pseudo-bipolaridade, há dias em que nem se ouve a sua voz; há períodos em que é possível ouvir todos os tipos de sons – de canções balbuciadas a cadeiras arrastando de forma brusca como que querendo despistar outra natureza.
Provocador de processos, artista das letras, rubro-negro orgulhoso, meticuloso nos detalhes, ansioso-atitude, o fogo é seu elemento mestre – aquele que molda e adapta para construir, mas também esquenta, explode e queima.
Garoto 'maroto', simpatia nunca foi seu forte e é bem possível que a maioria das pessoas com quem compartilhou seus momentos, profissionais ou não, tenham tido uma impressão errada ao seu respeito nas primeiras semanas de convivência. Bobagem. Autodefesa de quem quer 'manter a fama de mau'. Por dentro, há um homem com sede de aprendizado, um rapaz cheio de predicados e singularidades, uma alma sensível e observadora, capaz de captar mensagens nas entrelinhas e nos olhares.
Portanto, não se iludam. Chico da bola não é 'sequelado'; há outro por dentro e, surpreendentemente, sem ser uma segunda face!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Presente

Este texto eu recebi da Sereia Potiguar e me deixou muito emocionada...

Romântica guria

Renatta Viana

A menina mulher que contagia com seu sotaque marcante: “Bom dia, guris!”, que impressiona com sua sabedoria, com sua inteligência e com suas experiências...e como é experiente essa gaúcha.
Interessada nos mais diversos temas, dos mais simples aos mais polêmicos: economia, política e religião, marca esta que carrega na alma, que expressa assim, sem fazer força.
É aquela que mantem a paz de espírito, que se concentra e se joga em suas crônicas, em seu blog! É apaixonante.
Mulher que em seus olhos clarinhos carrega muitas histórias, muitos desejos, loucuras, muita verdade e muita vida, mulher com olhos que dominam...
Menina com piercing na língua, tatuada, que uma vez ou outra arrisca um gloss nos lábios e faz a diferença...ela brilha, romântica que só, boa ouvinte, conselheira, família, uma mãezona.
Cheia de amigos, descolada, que argumenta, pega fogo, que compra a briga, mas que aproveita os momentos de calmaria, e que veio parar na Capital Nacional do Petróleo sabe-se lá porque – risos - mas que daqui não vai sair, simplesmente porque ninguém quer.
E mais ainda, porque a legião de seguidores que essa guria conquistou, não a deixará partir.
Sua presença conquista, seu coração enorme que exala uma pura malícia e o bem que carrega em sua aura só atraem coisas boas e...que a ponte, marca registrada que carrega em sua assinatura de e-mail, te conduza a caminhos ainda mais mágicos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sereia potiguar



Bunita! Lindos cabelos negros ao vento. A beleza ímpar potiguar passa como brisa, por vezes aterrisa como tufão, suave veneno que deixa tudo mais colorido, mais claro, mais dinâmico. Amarelo, rosa choque, laranja, azulão, verde-limão; és tu, bonita, faceira, sorriso-safado, ousadia, frenética, que brilha feito estrela, trazendo o sol da manhã entre quatro paredes sem luz, com vidros e câmeras que imitam um simulacro de reality show.
Sereia, que seria da vida sem teus cabelos, quase sempre presos, mas que os poucos que viram, se encataram, assim como testemunham os pescadores que ouviram o canto de Iaiá das produndezas do mar?
A resposta está sempre na ponta da língua. Aliás, no rosto estão todas as respostas dessa moça que mais parece um dicionário de comunicação gestual. Quem convive algumas horas, já sabe que os olhos da bela morena dizem tudo, auxiliados pelos movimentos nasais, que dão o tom do discurso que não permanece por muito tempo engasgado naquela garganta.
Mas a Sereia sabe usar os mesmos gestos para enredar seus amores e admiradores, encantar seus 'súditos', persuadir suas fontes. E olha que nem precisa ser vítima do seu canto nem presenciar os tais cabelos ao vento. Basta sentir o acalanto e tudo parece suavizar.
Ei, bunita potiguar! Em qual degrau da escada acima dessa vida marota poderemos nos encontrar?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O artista das lentes



    Macaé é mais colorida (e mais real) porque uma lente está sempre atenta, desde as manhãs quentes do verão, até as madrugadas chuvosas da Serra. O artista cinquentenário é o documento vivo, às vezes em escalas de cinza, às vezes com matizes ímpares, que levam a beleza da cidade aos quatro cantos do mundo.

    Reconhecimento, teve pouco; lucro com sua arte, quase nada. Gratidão da cidade, essa sim! Se a bicentenária, e agora 'rainha do petróleo', falasse, certamente abraçaria Wanderley Gil com toda força, beijaria sua face e o quereria com amigo diário de conversas, daquela forma que somente os companheiros de toda uma vida sabem desfrutar de um silêncio, de uma paisagem, de um acontecimento...

    A memória viva de Macaé passeia todos os dias pelas ruas da cidade, solitário, distribuindo sorrisos e acenos. O ouvido largo escuta com atenção; nem sempre responde, mas certamente sempre tem opinião. De tudo um pouco suas lentes já testemunharam e é certo que tudo que Macaé possa fazer em sua homenagem será pouco diante de tanta dedicação.

    Gil, obrigada por me dar a oportunidade de diariamente escrever para a sua arte. Neste caso, quem se adapta ao teu prisma sou eu, humilde prática das letras e das informações, que tenta se aproximar da tua sabedoria ocular.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vento ventania


“Ei menina?”, diz ele para espantar a tristeza!
Ei, você, candeia acesa que, com o vento, que serve de alimento, nunca apaga. Movimento permanente, onde o silêncio raramente mora. Com o machado em punho, defende quem julga, em seu poder concedido pela coroa, estar sendo injustiçado. Ao teu lado, é como se trovões e raios estivessem sempre a postos para dissipar tudo que não presta, tudo que não é digno.
Êparrei, Oyá! Dignidade é a alegria dos justos. Caô, Cabecilê Xangô, escreve no teu livro a trajetória do aprendizado!
Pedras? Muitas pelo caminho, mas ele não se deixa levar pelo desânimo.
Mudanças? É o que mais ocorre no seu destino.
E de pedra em pedra, de corrente em corrente, vai dando vida por onde passa, preservando sorrisos, ensinando consideração, respeito e lealdade. Podem te confundir com dissimulação, ó fusão de marrom com ouro, mas no fundo és pureza e sentimento!
Que a espada de Oyá siga sempre na tua dianteira e que a machada de Xangô guarde os teus passos, te protegendo e dissipando energias negativas ao teu redor... levadas pelo vento que tudo renova!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Monalisa de Quissamã




Sorriso enigmático, meio tímido, canto de boca. Silêncio é seu substantivo e progredir é seu verbo. Que estranho encanto guarda aquela morena, cuja pele lembra a textura do cacau já adoçado, em olhos serenos, mente afiada, poucas palavras, alvos certeiros...
Ela chegava antes de todos, antes do próprio talento, que ao seu lado fez morada, em rápidos toques no teclado móvel. Da timidez brotou a ousadia e da força de vontade surgiu o progresso, pai de muitas virtudes.
Os curiosos no início confundiam o sorriso emblemático com sofrimento; depois, passaram a notar a sutil sensualidade em ser discreta, porém com opinião formada.

  • Que queres tu, Monalisa?
  • Não sei. Só sei que quero fazer o mundo girar!
  • E como gira a roda que tu brincas?
  • Com longos suspiros e alguns sussurros propositais, certeiros, no tempo certo...

E assim, na 'roda viva' daquela moça nem tão faceira, mas muito competente, muitas letras ganharam vida, histórias foram contadas, vidas auxiliadas. Mas aquele sorriso... ninguém decifra!
 
BlogBlogs.Com.Br