domingo, 11 de novembro de 2007

Mundo virtual: a gênese

Querido papai, gostaria de ter sido a rainha da sua vida como você queria. Gostaria de ter sido tão bela quanto você queria. Gostaria de ter tido tanto sucesso quanto você desejaria que eu tivesse. Gostaria de ter a auto-estima que você queria que eu tivesse. Gostaria de ser perfeita como o espelho dos seus sonhos.
Mas querido papai, sou apenas uma mulher, comum, frágil, sensível. Na minha vida real não há glamour. Há sábados sem companhia, há noites com relógio parado, há histórias mal resolvidas, há trechos obscuros, há esquizofrenia, há sofrimento, há superação, há desconforto, há perturbação. Sim, existe vida, existe amor, existe progresso e existe até beleza. Porém, o balanço é a busca, é a metamorfose, é o crescimento.
Querido papai, me entenda. Não posso ser o que você gostaria, mas posso ser melhor. Alguém dentro de mim é melhor. É tudo aquilo que você sonhou e mais um pouco. É o resultado de toda alquimia entre conveniência, sedução, prazer, poder e sucesso.
Essa moça linda, querido papai, também sou eu! Sou feliz por te dar essa alegria e não deixar que seus dias passem sem saber que era eu... querido papai, todo tempo era eu; querido papai, sou eu!

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