terça-feira, 13 de novembro de 2007

Poema do amor falso

Não quero uma mulherQue seja gorda ou magraOu alta ou baixaOu isto e aquilo.
Não quero uma mulherMas sim um porto, uma esquinaOnde virar a vida e olhá-la De dentro para fora.
Não espero uma mulherMas um barco que me navegueUma tempestade que me aflijaUma sensualidade que me altereUma serenidade que me nine.
Não sonho uma mulherMas um grito de prazer Saindo da boca penduradaNo rosto emolduradoNo corpo que se apóieNas pernas que me abracem.
Não sonho nem esperoNem quero uma mulherMas exijo aos meus devaneiosQue encontrem a únicaQue quero sonho e espero Não uma, mas ela.
E sei onde se escondeE conheço-lhe as senhasQue a definem. O sexoArdente, a volúpia estridenteA carência do espasmoO Amor com o dedo no gatilho.
Só quero essa mulher Com todos seus desertosOnde descansar a minha peleExausta e a minha boca sedentaE a minha vontade famintaE a minha urgência aflitaE a minha lágrima austeraE a minha ternura eloqüente.
Sim, essa mulher que me excite Os vinte e nove sentidosA única a saberO que dizerComo fazerQuando pararOnde Esperar.
Essa a mulher que esperoE não esperoQue quero e não queroEssa mulherportoesquinaQue desejo e não desejo Que outro a tenha.
Que seja alta ou baixaIsto ou aquiloMas que seja elaAquela que seja minhaE eu seja delaQue seja eu e elaEu ela eu lá nelaQue sejamos ela.
E eu então terei encontrado A mulher que não procuroO barco, a esquina, Você.Sim, você, que espreitaDo outro lado da esquina, no cais,A chegada do marinheiroComo quem apenas me espera.
Então nos amarraremos sem vergonha À luz dos holofotes dos teus olhos,E procriaremos gritos e gemidosQue iluminarão todas as esquinas.
Será o momento de dizerAchei/achamos amei/amamosE por primeira vez vocalizar oSomos, pluralizando-nos Na emoção do encontro.
Essa a mulherque não procuronem espero.Você, viu? Você!

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