quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A legitimidade da fé



Como jornalista, já vi de tudo. Como estudiosa e pesquisadora, já assisti um pouco de cada corrente. Como professora, aprendo todos os dias com manifestações positivas e negativas.
Esta semana um texto me entristeceu, não por ser contrário às minhas opções religiosas e filosóficas, mas por ser baseado na intolerância e no preconceito.

A aluna em questão está no fim do Curso de Comunicação Social e me apresentou um paper que, além de repleto de ‘achismos’, tinha como única verdade de idéias os seus pensamentos restritos acerca do mundo, muitas vezes respaldados por falsos sacerdotes que incitam o conflito e a intransigência. Digo falsos sacerdotes porque não acredito que um homem que represente a pureza de um ser supremo possa extrair da perfeição dos escritos – sejam eles católicos, protestantes, judaicos, islâmicos, hindus, budistas, kardecistas ou afro-brasileiros – teorias que discriminem, punam, releguem e condenem.

O certo é que nos bancos acadêmicos o que pauta e norteia o aprendizado são a ciência, a pesquisa e as teorias já sacramentadas.

Estou numa dúvida cruel entre abandonar um compromisso assumido com a instituição e com uma aluna em favor de minhas próprias convicções, sendo de certa forma omissa no meu papel de educadora; ou continuar o trabalho mais uma vez tendo esperanças nas mudanças que podem ser conquistadas pelo poder do argumento.

Opto pelo meu lado ‘autêntico a qualquer preço’ ou pela minha habilidade persuasiva???



 
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