segunda-feira, 21 de março de 2011

Ironia exótica



“Você não é looouuuuccca de não escrever de mim?”. Não. Nunca. Apenas maturei na mente as palavras para descrever essa moça de sorriso misterioso, que carrega no perfume as notas de patchouli e cupuaçu. Ironia exótica e nome presente. A confusão vem da imponência e da malícia desenvolvidos como arma de defesa.
Não pretendo ser original, apenas justa nesta simples homenagem.
Como Belém, sua cidade natal, onde nem todos apreciam de cara a capital do açaí, bem como as belezas mistas do Norte, é preciso ter humildade e uma boa dose de persistência para conhecer verdadeiramente essa mulher com jeito de menina.
Quanto à cidade, a imagem que se tem é que trata-se de local extremamente quente, úmido, sem beleza e com excesso de sabores estranhos. De todos os pré-conceitos, apenas os dois primeiros procedem. Belém é quente e úmida, assim como a moça não leva desaforo pra casa, mantendo o sorriso nos lábios e o sarcasmo em punho.
Entretanto, a ausência de beleza e o excesso de exotismo são a desculpa de quem prefere ficar longe do desconhecido, mesmo que ele possa ser descortinado como grande e bela surpresa. Conhecer Celine Moraes foi descobrir que os pré-julgamentos estão fadados ao fracasso e que nem sempre as armadilhas da convivência correspondem à pureza da realidade.
Conhecer Celine – do latim, a descendente do céu -, foi como conhecer Belém. Um rio imenso de surpresas boas e doces, carregadas em sabores pouco conhecidos, mas sempre apreciados quando longe dos pudores.
Agradeço à Belém por tantas coisas boas que já proporcionou à minha vida e à minha família – pessoas, cheiros, gostos e amores; agradeço à Celine pelo aprendizado, pelos conselhos e pela quebra de paradigmas que me ofereceu nestes seis meses de convivência diária. Que seja uma amizade longa e duradoura, assim como as minhas melhores lembranças acerca da capital paraense.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O segredo da mochila



Que há naquela mochila preta, entre o colo ovalado e a mesa do prelúdio? Sonhos, temores, projetos, armadilhas ou autosabotagem, pedaços de doçuras, crenças, valores, aventuras em forma de recordação...
Na mochila do rapaz alto, de semblante tímido, porém audaz, os mais profundos segredos estão reservados, protegidos pelo abraço zeloso que não os abandona nem nos momentos de descontração em seu 'trono' de couro.
O “rei da redação” talvez guarde na mochila parte de cada um de seus súditos em forma de símbolos, lembranças, partes de não-sei-o-que-que-não-se-quer-lembrar, momentos de solidão, de incompreensão, de impotência; fantasias e desejos – recônditos da alma.
Mas há muitos sorrisos guardados na mochila, contentamento de planos bem sucedidos, de alegrias de gente, de prosperidade, de autoestima, de carinho, de juventude e reconhecimento. Enfim, a mochila é o índice da vida daquele rapaz, cheio de poder e ainda tão no início da vida, com muitas e múltiplas estradas e escolhas a serem feitas.
Para os desvios, a mochila guarda os mapas de retorno à trajetória; para as surpresas boas, a mochila tem sempre um cantinho que a reserva como bateria que o move em busca de novos rumos; para as surpresas nem tão saudáveis, a mochila tem o remédio lá no fundo do mais escondido zíper – refúgio da alma.
A mochila do reizinho (ou reizão) é a tez de uma vida de batalhas, sucessos precoces, escolhas fadadas e muitas promessas. Guarda na tua mochila, reizão, tudo aquilo que construíste com tua essência – num compartimento secreto, onde ninguém possa mecher ou alterar; e deixa ela longe de tudo o que não te acrescentou nada ou pouco nessa busca pela perfeição, comum a todos aqueles que perseguem a excelência. Afinal, é preciso esvaziá-la de vez em quando, abrindo espaço para o novo.
Et où en serions-nous sans nos boîtes de secret?
La réussite et le bonheur à vous toujours, quel que soit le choix chemin que vous...
(essa foi em homenagem ao grande interesse pelo francês dessa redação e deste jornal – mas o significado das poucas palavras é real e de coração!)
Vive la fête!
 
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